Os Sonhos e a Terapia (Legendado) – C. G. Jung


Veja um exemplo de como Jung enxergava a dimensão arquetípica em sonhos e como ele entendia o momento de se revelar, dentro da psicoterpia algo que estava no inconsciente do paciente. Trecho do Filme: Questão do Coração

Aula de Interpretação dos Sonhos – 2h – Psicanalista e Psicóloga Cássia Rodrigues

Aula de iniciação à Interpretação dos Sonhos no Instituto de Psicanálise “Cássia Rodrigues” com Psicanalista e Psicóloga Cássia Rodrigues

A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS
Sigmund Freud, 1899/1900. 100 anos de inconsciente

Raras são as obras cujo centenário é lembrado e celebrado. A Interpretação dos Sonhos de Freud é uma delas. Para isto há várias razões. A data marca não apenas o centenário de uma obra, mas também o centenário do inconsciente e da própria psicanálise.
Para aqueles que não são familiarizados com a obra freudiana uma introdução à importância da obra será feita. Este endereçamento se refere ao fato de que todo e qualquer psicanalista, de toda e qualquer “corrente” desde sua criação até os dias de hoje reconhecem em A Interpretação dos Sonhos uma obra inaugural.

PROCESSOS FUNDAMENTAIS DA ELABORAÇÃO DO SONHO

1 – CONDENSAÇÃO

Neste caso, encontram-se também as produções do pensamento do homem primitivo (arquétipos) e nas obras artísticas dos pintores surrealistas, nas quais uma mesma imagem representa diversos conteúdos latentes e se acha, assim, sobredeterminada em seu significado. A condensação tem, às vezes, lugar por incorporação de elementos ou detalhes de outros conteúdos mentais à imagem central, obtendo-se assim, uma figura que se assemelha as fotografias compostas de Galton.

Não é raro, por exemplo, que uma mesma pessoa onírica ofereça traços que recordem sucessivamente os de vários parentes e amigos.

Freud designa estas imagens com o qualificativo de “Sam elpersonem”, ou seja, “pessoas conjuntas”.
O mesmo processo é observado com os nomes, dando lugar a curiosos neologismos que recordam os da esquizofrenia. Um paciente de Freud sonhou chamar-se Norekdal Ekdal (dois personagens de um drama de Ibsen, cuja situação afetiva teria relação com a sua).

2 – DESLOCAMENTO

O deslocamento faz com que, em determinadas circunstâncias, recaia em um elemento onírico aparentemente neutro e insignificante a representação e o sentido de outras imagens importantes, que se acham ligadas a ele por fortuitas relações associativas.

No deslocamento a imagem menos interessante da conteúdo manifesto passa a ser portadora da idéia central do conteúdo latente, como nos contos policiais, em que o autor do crime é sempre aquele que menos suspeitamos.

As imagens representativas correspondentes as vivências recentes, ainda não sedimentadas, são as que melhor se prestam para servir de substitutos a imagens que veiculam as cargas afetivas mais potentes e estáveis da personalidade.
Por isso, é comum que interfiram nos sonhos grande número dessas “recordações recentes da vida diária“, que aparentemente não tem significação, mas são os expoentes do significado onírico latente.

3 – DRAMATIZAÇÃO

É o terceiro fator que intervém na elaboração dos sonhos, de acordo com a teoria Freudiana. Em virtude desta dramatização ou “encarnação“, o sonho adquire um aspecto teatral; para ele convergem em um curto período de tempo o presente, passado e o futuro.

Todas as idéias e representações adquirem uma expressão visual (artificial) e se ligam com truques inteiramente comparáveis aos da arte cênica, sobretudo da arte cinematográfica muda. Alexander afirmou que os sonhos são bastante semelhantes aos “desenhos animados“, nos quais “tout est possible“.
A conjunção dos três fatores mencionados dão o caráter “simbólico-esotérico“ do sonho.
Destes processos, resulta a chamada simbolização onírica, que dá ao sonho um sentido esotérico.