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Hipoglicemia é muito pior que hiperglicemia!

 

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Hipoglicemia: O que é? quais os sintomas? O que fazer?

Hipoglicemia é uma síndrome clínica com diversas causas em que baixos níveis de glicemia podem levar à neuroglicopenia. Hipoglicemia grave pode ser definida como uma Hipoglicemia que não é detectada pelo paciente ou é detectada tão tardiamente que requer a intervenção de outra pessoa, por exemplo, para administrar glucagon ou levar o paciente ao hospital para receber glicose endovenosa.

A causa mais freqüente de Hipoglicemia, na prática clínica, é certamente aquela decorrente do uso de hipoglicemiantes orais ou de insulina para o tratamento do diabetes mellitus. É mais freqüente no tratamento do diabetes tipo 1, principalmente naqueles pacientes que realizam insulinoterapia intensiva, e nos diabéticos tipo 2 em insulinoterapia por falência da célula ß.

Os sintomas de Hipoglicemia podem ser agrupados em dois grandes grupos:

Autonômicos: sintomas provenientes da ação do sistema nervoso autônomo (sudorese, tremores, palpitações, sensação de calor e fome, ansiedade e náuseas).

Neuroglicopênicos: sintomas desencadeados pela insuficiência do suprimento de glicose para o cérebro (borramento visual, fraqueza, cansaço, cefaléia, sonolência, dificuldade para falar, incapacidade para se concentrar, amnésia, confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, convulsões e déficits neurológicos).

Alguns pontos importantes merecem destaque. Apesar dos estudos com voluntários saudáveis terem mostrado que os sintomas autonômicos só são relatados abaixo de 60 mg/dL, algumas pessoas (como os pacientes com Hipoglicemia reativa) podem perceber a resposta contra-reguladora por meio de sintomas autonômicos com glicemias entre 60 e 75 mg/dL.

A velocidade de queda da glicemia não influencia a ocorrência de sintomas ou sinais de Hipoglicemia.

Os sintomas de Hipoglicemia diferem entre os indivíduos, mas costumam ser consistentes de um episódio para outro em uma mesma pessoa.

Os sintomas autonômicos geralmente precedem os neuroglicopênicos, mas podem não ser reconhecidos pelo paciente, mesmo quando evidentes para o observador.

O uso de drogas como betabloqueadores pode prejudicar o surgimento dos sintomas autonômicos simpáticos.

Os sintomas autonômicos podem ser ausentes pela falta de percepção da Hipoglicemia (hypoglycemia unawareness), que é definida como uma redução nos níveis de glicemia nos quais ocorre liberação de hormônios contra-reguladores (principalmente glucagon e epinefrina) e ativação do sistema nervoso autônomo, em pacientes com episódios prévios de Hipoglicemia. Nos pacientes com diabetes, é mais freqüente naqueles com tipo 1 em insulinoterapia intensiva. Esse fenômeno decorre em parte da hiper-expressão de transportadores de glicose no cérebro induzida por episódios prévios de Hipoglicemia.

No caso de diabéticos muito mal controlados (níveis de A1C superiores a 10%), fenômeno inverso pode ocorrer: uma redução no limiar para a secreção dos hormônios contra-reguladores, com surgimento de sintomas autonômicos com níveis de glicemia maiores, de 80 a 100 mg/dL. Tal fenômeno possivelmente pode ser explicado pela redução na expressão de transportadores de glicose no tecido cerebral.

Alguns pacientes que apresentaram Hipoglicemia não conseguem descrever os sintomas que vivenciaram, devido à amnésia induzida pelo quadro. Informações de pessoas próximas são úteis nesses casos. Portanto, não é raro o relato de sintomas neuroglicopênicos isolados durante os episódios de Hipoglicemia.