A Kimbanda é uma prática religiosa afro-brasileira que tem raízes nas tradições africanas e se desenvolveu no contexto da diáspora africana no Brasil. É importante notar que a Kimbanda é uma expressão espiritual diversa, e diferentes vertentes podem existir, cada uma com suas peculiaridades. No entanto, é comum classificar a Kimbanda em dois principais tipos: a Kimbanda de “linha branca” e a Kimbanda de “linha negra”. Cada uma delas possui características distintas:
- Kimbanda de Linha Branca:
- Também conhecida como “Kimbanda de Angola” ou “Kimbanda de Nkisi,” essa vertente da Kimbanda está mais relacionada às tradições Bantu. Ela incorpora elementos do Candomblé, uma religião afro-brasileira derivada das tradições iorubás.
- Nessa prática, os praticantes podem trabalhar com entidades espirituais conhecidas como “nkisi” ou “mpungo,” que são consideradas divindades ou forças da natureza. O culto às entidades é realizado por meio de rituais e cerimônias específicas.
- Kimbanda de Linha Negra:
- Também chamada de “Kimbanda de Zambi” ou “Kimbanda de Exu,” essa vertente está mais relacionada aos orixás iorubás. Exu, um orixá associado à comunicação, mensagens e dualidade, é frequentemente central nessa prática.
- Os praticantes da Kimbanda de Linha Negra muitas vezes trabalham com Exu e outras entidades associadas, buscando equilíbrio e soluções para questões cotidianas por meio de rituais, oferendas e invocações.
Além dessas distinções, é importante notar que dentro de cada vertente, há diversas casas e terreiros com práticas específicas, variações regionais e adaptações culturais. A Kimbanda é uma tradição espiritual dinâmica que se desenvolveu ao longo do tempo e que continua a evoluir de maneiras diferentes em várias regiões do Brasil. Como em muitas religiões afro-brasileiras, a oralidade desempenha um papel significativo na transmissão dos ensinamentos e práticas na Kimbanda.