Segundo o psicanalista Carl Gustav Jung: “Aquilo que negas, te submete – aquilo que aceitas, te transforma.” O criador da psicologia analítica define Sombra como – ” a coisa que uma pessoa não tem desejo de ser”. Em outra descrição: Aquilo que é invisivel, rechaçado, agressivo, negado, odiado, repudiado, vingativo, primitivo, pavoroso. A Sombra, quando negada, ou ignorada, muitas vezes atua como processo de auto-sabotagem psíquica, afetando direta e indiretamente, escolhas, comportamentos, falas, posturas.
Jung também aponta como correlativos a sombra o oculto, obscuro, o incontinente, o inconsciente, o misterioso. Luz e sombra fazem parte de nós. Fazem parte de nossa psiqué. O aprendizado é integrar a sombra. Aprender com ela e integrá-la a nossa consciência e vida.
Este documentário: The Shadow Effect – com Debbie Ford, Deepak Chopra, Marianne Williamson, James Van Praagh e Mark Victor Hansen, reflete, teoriza e exemplifica o efeito sombra em nossas vidas. O documentário foi publicado em 2009 e contou com a direção de Scott Cervine – http://www.theshadoweffect.com/
O mesmo se baseia em um livro, escrito em parceria com Debbie Ford, Deepak Chopra e Marianne Williamson – O livro se encontra publicado em português.
Sinopses:
“O Efeito sombra pode ser entendido como tudo aquilo que não aceitamos de negativo em nós mesmos e que não queremos mostrar aos outros.É aquilo que nos incomoda, mas escondemos, ignoramos, porque temos medo de lidar com eles, são sentimentos, emoções, traumas adquiridos desde nossa infância.”
“Todos nós temos um lado obscuro. Encontre a sua Sombra e transforme-a no caminho para os seus sonhos. O que é a Sombra? Bem, a Sombra é tudo aquilo que não queremos ser, mas somos. É aquele sentimento escondido de todos, e aquele desvio de comportamento que uma pessoa considerada boazinha possui. É o desejo de se entregar ao vício, de explodir, de brigar. É toda a energia que tentamos não ter. Porém a Sombra é parte nossa, é algo bom. Escondida, pode transformar-se em maus pensamentos. Mas descoberta e compreendida, a Sombra nos levará ao caminho da plenitude! Sairemos da ilusão de que nossa obscuridade nos dominará e, em vez disso, veremos o mundo sob uma nova luz. A empatia que descobrimos por nós mesmos dará ignição para nossa confiança e coragem à medida que abrirmos nosso coração a todos ao nosso redor. O poder que desencavamos nos ajudará a confrontar o medo que esteve nos segurando e nos incitará a seguir adiante, rumo ao nosso mais alto potencial. Longe de ser assustador, abraçar a sombra nos concede uma inteireza, permite que sejamos reais, reassumindo nosso poder, libertando nossa paixão e realizando nossos sonhos.”
Video em Inglês com legendas em Português
O documentário foi publicado neste canal pois esta temática é recorrente no trabalho de psicoterapia.
Liduína de Schiedam, canonizada em 1890, por décadas impôs a seu corpo terríveis sofrimentos. Príncipe dos perversos, Sade defendia uma ruptura das leis que regem as sociedades ao divulgar em seus livros a sodomia, o incesto e o crime. Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz, contou sem reservas como se tornou o maior chacinador de todos os tempos. Neste livro, a prestigiada historiadora e psicanalista Elisabeth Roudinesco apresenta e interpreta a história dos perversos no Ocidente através de suas figuras emblemáticas. De Barba Azul e os santos místicos, na Idade Média, ao fenômeno do nazismo, pedófilos e terroristas, nos dias de hoje.Mostra como a perversão, definida em cada época de um modo diverso, exibe o que não cessamos de dissimular: a parte obscura de nós mesmos, a negatividade presente em cada um. E ainda reflete sobre a sua erradicação. Eliminar a perversão não seria destruir a distinção entre bem e mal que fundamenta a civilização?
“Wilhelm Reich (1897-1957) foi um psicanalista austríaco, discípulo de Sigmund Freud que criou, a partir da Psicanálise uma nova abordagem terapêutica a qual, além das intervenções verbais, de fundamentação psicanalítica, também inclui intervenções corporais. Esta abordagem terapêutica foi inicialmente chamada de Vegetoterapia Caractero-Analítica e posteriormente de Orgonoterapia. Atualmente, é comum referirmo-nos a ela simplesmente como Psicoterapia Reichiana.”
Aula de iniciação à Interpretação dos Sonhos no Instituto de Psicanálise “Cássia Rodrigues” com Psicanalista e Psicóloga Cássia Rodrigues
A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS
Sigmund Freud, 1899/1900. 100 anos de inconsciente
Raras são as obras cujo centenário é lembrado e celebrado. A Interpretação dos Sonhos de Freud é uma delas. Para isto há várias razões. A data marca não apenas o centenário de uma obra, mas também o centenário do inconsciente e da própria psicanálise.
Para aqueles que não são familiarizados com a obra freudiana uma introdução à importância da obra será feita. Este endereçamento se refere ao fato de que todo e qualquer psicanalista, de toda e qualquer “corrente” desde sua criação até os dias de hoje reconhecem em A Interpretação dos Sonhos uma obra inaugural.
PROCESSOS FUNDAMENTAIS DA ELABORAÇÃO DO SONHO
1 – CONDENSAÇÃO
Neste caso, encontram-se também as produções do pensamento do homem primitivo (arquétipos) e nas obras artísticas dos pintores surrealistas, nas quais uma mesma imagem representa diversos conteúdos latentes e se acha, assim, sobredeterminada em seu significado. A condensação tem, às vezes, lugar por incorporação de elementos ou detalhes de outros conteúdos mentais à imagem central, obtendo-se assim, uma figura que se assemelha as fotografias compostas de Galton.
Não é raro, por exemplo, que uma mesma pessoa onírica ofereça traços que recordem sucessivamente os de vários parentes e amigos.
Freud designa estas imagens com o qualificativo de “Sam elpersonem”, ou seja, “pessoas conjuntas”.
O mesmo processo é observado com os nomes, dando lugar a curiosos neologismos que recordam os da esquizofrenia. Um paciente de Freud sonhou chamar-se Norekdal Ekdal (dois personagens de um drama de Ibsen, cuja situação afetiva teria relação com a sua).
2 – DESLOCAMENTO
O deslocamento faz com que, em determinadas circunstâncias, recaia em um elemento onírico aparentemente neutro e insignificante a representação e o sentido de outras imagens importantes, que se acham ligadas a ele por fortuitas relações associativas.
No deslocamento a imagem menos interessante da conteúdo manifesto passa a ser portadora da idéia central do conteúdo latente, como nos contos policiais, em que o autor do crime é sempre aquele que menos suspeitamos.
As imagens representativas correspondentes as vivências recentes, ainda não sedimentadas, são as que melhor se prestam para servir de substitutos a imagens que veiculam as cargas afetivas mais potentes e estáveis da personalidade.
Por isso, é comum que interfiram nos sonhos grande número dessas “recordações recentes da vida diária“, que aparentemente não tem significação, mas são os expoentes do significado onírico latente.
3 – DRAMATIZAÇÃO
É o terceiro fator que intervém na elaboração dos sonhos, de acordo com a teoria Freudiana. Em virtude desta dramatização ou “encarnação“, o sonho adquire um aspecto teatral; para ele convergem em um curto período de tempo o presente, passado e o futuro.
Todas as idéias e representações adquirem uma expressão visual (artificial) e se ligam com truques inteiramente comparáveis aos da arte cênica, sobretudo da arte cinematográfica muda. Alexander afirmou que os sonhos são bastante semelhantes aos “desenhos animados“, nos quais “tout est possible“.
A conjunção dos três fatores mencionados dão o caráter “simbólico-esotérico“ do sonho.
Destes processos, resulta a chamada simbolização onírica, que dá ao sonho um sentido esotérico.